Iago Gouvêa

Iago Gouveia é o artista que encerra o ciclo de exposições selecionadas para este ano.  Vânia Barbosa, Yanaki Herrera e Priscila Rezende, também passaram pela Galeria de Arte em uma sequência de exposições que trouxeram importantes questionamentos contemporâneos. A relação da cidade com a atividade extrativa da mineração, presente no trabalho de Vânia Barbosa, a relação por vezes contraditória entre o ser mãe e ser mulher, de Yanaki Herrera, o funeral/ritual/celebração necessário de Priscila Rezende e, Iago traz as inquietações e fronteiras das relações entre humanos e animais.

Iago utiliza-se da linguagem artística para trazer uma reflexão profunda sobre os limites do ser humano, sobre a natureza e o industrial. Seu conjunto de obras nos faz repensar a relação do homem com outros seres e propõe uma conexão com todos os habitantes do planeta.

A exposição Mais outro que qualquer outro mostra o respeito e atenção do artista visual por todos os seres viventes; nela Iago apresenta seu olhar para a relação interespécies, além da problematização de exploração deste convívio, e revela que do cimento, da ferrugem, do piche e dos vergalhões pode surgir a vida espontânea e sem permissões.

Mais outro que qualquer outro é a última exposição do Ciclo de Mostras 2023, cujos projetos foram selecionados por uma comissão independente no final de 2022. As mostras nos possibilitaram apreender  um pouco das diversas vozes e produções de Minas Gerais. Se encerra um ciclo, mas muitos outros virão.


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Teaser da Exposição

Abertura


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+Iago Gouvêa

Qual a diferença entre um ser humano e um bicho? A racionalidade, que nos distingue, nos torna menos animal? O debate sobre os limites do ser humano e sua relação com outras criaturas tem se intensificado nas últimas décadas nas áreas mais distintas da ciência e da filosofia, mas remonta à Antiguidade ou Montaigne (1533-1592).

A curiosidade e inquietude de Iago Gouvêa são perceptíveis ao explorar um campo controverso e apresentar soluções formais inusitadas, o que lhe confere uma singularidade na produção contemporânea.

Sua pesquisa no campo escultórico explora diferentes materiais. Embora suas obras tragam abordagens distintas sobre a animalidade, a problematização da exploração de animais pelo homem percorre todos os seus trabalhos.

Na exposição Mais outro que qualquer outro, Iago Gouvêa mostra três conjuntos de trabalhos: A série In vitro, instalada em um ambiente asséptico de laboratório. Aqui, a utilização de ratos como cobaias de pesquisas científicas é levada ao extremo. São esculturas em cerâmica, nas quais deformidades provocam estranhamento para despertar uma reflexão sobre os limites da ciência.

A escultura de um macaco subverte a tradição europeia de animais de porcelana, em que tais objetos conferiam status de bom gosto, para criticar valores a sociedade de consumo e cientificista.

O segundo ambiente expositivo é dedicado aos animais que habitam as cidades evidenciando a aspereza da vida de aves e mamíferos ao ambiente urbano. As esculturas e pinturas, sobretudo os materiais empregados – cimento, vigas de aço, ferrugem, piche e cacos de vidro – se apropriam das falhas construtivas e expõem as cicatrizes citadinas. Retomam o tema científico e industrial da reprodução em massa e criam contraste entre a natureza e o industrial.

Para encerrar a exposição, um painel de esculturas de cerâmica composto de 30 peças de parede. São animais antropomorfizados, que remetem às coleções de registros de cientistas realizadas em expedições pelo Brasil. Compõem, paradoxalmente, uma arqueologia futurística, na qual se fundem homens e animais e sugerem um outro tipo de relação entre ambos e, talvez, o fim dessa dicotomia que nos separa.

Pablo Pires
setembro de 2023

Obras e Expografia



Máquina de fazer pombos
2018

Área de risco
2018-2023


Experiência 060
2023

Objeto 02
2023



Iago Gouvêa


Iago Gouvêa (1993) é natural de Belo Horizonte, onde vive e trabalha. É graduado em Artes Plásticas com Bacharelado pela Escola Guignard – Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), com Habilitação em Cerâmica e Escultura. O artista realizou a exposição individual Fístula, na Casa Fiat de Cultura, BH (2023). Também participou de exposições coletivas em Belo Horizonte e Nova Lima (MG), Brasília (DF), Guarulhos, Ribeirão Preto e Santo André (SP), e Curitiba (PR). Também já foi reconhecido nos prêmios: 49° Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto (2021) e 6º Prêmio IBEMA de Gravura (2016).

FICHA TÉCNICA BDMG CULTURAL

Diretor-presidente
Gustavo Mitre

 

Diretora Financeira
Larissa D’arc

 

Artes Visuais
Érico Grossi

 

Educativo
Paula Lobato

 

 

Identidade e
Projeto Gráfico
Maria T Morais

 

Comunicação
Paulo Proença

 

Estagiária de Comunicação
Bruna Gomes

 

Estagiária de Conservação e
Restauração
Maria Amália

 

 

Comissão de seleção
Ciclo de Mostras 2023

 

Julia Rebouças
Lorena D’arc
Lucas Amorim

 

Fotografia
Dynelle Coelho

 

Vídeo
Lugares do invisível

 

Montagem
Gestalt Produções Culturais

CICLO DE MOSTRAS
BDMG CULTURAL 2023

Vânia Barbosa

Yanaki Herrera

Priscila Rezende

Iago Gouvêa


CRÉDITOS ADICIONAIS
EXPOSIÇÃO Iago Gouvêa

Fotografia
Jade Liz

 

 

Textos
Pablo Pires
Iago Gouvea

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